Na tarde de hoje, 23 de outubro, Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, prestou depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga um esquema de desvio de recursos do Instituto Nacional do Seguro Social. Thaisa, que possui empresas de consultoria, optou por não responder a boa parte das perguntas, amparada por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF). Sua advogada, Izabella Hernandez Borges, afirmou que a cliente não se sentiu segura para falar, já que está sendo investigada e um pedido de prisão preventiva foi feito contra ela.
As investigações sugerem que o esquema movimentou cerca de R$ 18 milhões, sendo que a maior parte desse valor teria origem em pagamentos feitos pelo lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Thaisa recebeu quase R$ 11 milhões através de suas empresas, incluindo a Curitiba Consultoria e o Centro Médico Vitacare. O deputado Alfredo Gaspar, relator da CPMI, afirmou que as fraudes envolviam a falsificação de autorizações de idosos para que eles se tornassem mensalistas de serviços de associações e sindicatos, permitindo descontos automáticos em suas aposentadorias.
Thaisa, que é médica endocrinologista, disse que recebeu valores de três empresas do Careca do INSS por serviços prestados a partir de 2022 e se comprometeu a apresentar documentos que comprovem sua atuação. O relator também mencionou a compra de um imóvel de R$ 28 milhões em Santa Catarina por Thaisa e Virgílio, questionando a origem dos recursos. A CPMI continuará seus trabalhos e, na próxima sessão, deve ouvir Virgílio Oliveira Filho sobre as acusações. Para acompanhar as sessões da CPMI, é possível acessar o site oficial da comissão e os canais de comunicação disponíveis.