No último dia 25 de outubro, um evento marcante ocorreu em São Paulo, onde se lembraram os 50 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog. Ele foi preso e torturado no DOI-Codi, um dos principais centros de repressão da ditadura militar. Herzog se apresentou voluntariamente na sede do DOI-Codi, mas não sobreviveu ao depoimento. Segundo o relatório da Comissão da Verdade, cerca de 50 pessoas foram mortas nesse local, que funcionou sob a direção do major Carlos Alberto Brilhante Ustra entre 1970 e 1974.
Atualmente, o espaço está em disputa entre o governo de São Paulo e o Ministério Público, que busca transformá-lo em um memorial. Enquanto isso, a 36ª delegacia ainda opera no local, ao lado de prédios onde são realizadas atividades educativas e escavações arqueológicas. Na data da efeméride, a organização Núcleo Memória promoveu uma visita guiada especial, e a próxima fase das escavações começa na próxima semana, envolvendo universidades como Unifesp, Unicamp e UFMG.
Em 2014, o complexo foi tombado como patrimônio histórico, e em 2021, o Ministério Público propôs a transferência do imóvel para a Secretaria Estadual de Cultura, visando a criação de um espaço de memória. No entanto, a atual secretária de Cultura, Marília Marton, declarou que não vê necessidade de um novo memorial, citando a falta de recursos. Já o procurador Eduardo Valerio defende a criação do memorial, argumentando que o Estado deve ter responsabilidade em preservar a memória sobre os abusos do passado.
As próximas etapas incluem a continuidade das escavações e discussões sobre a gestão do espaço, já que a Unicamp se ofereceu para ser a mantenedora do memorial. Para acompanhar a tramitação do projeto, é importante ficar atento às audiências públicas e às atualizações que podem surgir nas redes sociais dos órgãos envolvidos.