A aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso gerou uma nova discussão sobre a necessidade de diversidade de gênero e raça no Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, a corte conta apenas com uma mulher, Cármen Lúcia, em sua composição. Desde a criação do STF, apenas duas outras mulheres, Rosa Weber e Ellen Gracie, fizeram parte do tribunal, e todas elas são brancas. O presidente Lula, que já nomeou 10 ministros em seus três mandatos, poderá indicar um novo nome para a vaga de Barroso, e a expectativa é que mais uma vez a escolha recaia sobre um homem.

Os principais nomes cotados para a vaga incluem o advogado-geral da União, Jorge Messias, o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Organizações como a plataforma Justa e o Fórum Justiça, destacaram a importância de que uma mulher seja escolhida para o cargo. Segundo Luciana Zaffalon, diretora-executiva da Justa, a predominância masculina nas listas de indicações reforça uma naturalização de um cenário que não representa a diversidade da sociedade. A crítica é que decisões sobre a representação de gênero e raça não devem ser uma exceção, mas sim uma norma.

As sessões do STF podem ser acompanhadas pelo site oficial do tribunal, onde também estão disponíveis os documentos relacionados às indicações e decisões. Além disso, canais de denúncia e contatos com representantes podem ser acessados para que a população participe mais ativamente do debate sobre a composição do Judiciário.

Os próximos passos incluem a tramitação da indicação do novo ministro, que deve ser acompanhada de perto, com possibilidade de audiências públicas para discutir a escolha. A pressão por uma maior diversidade no STF continua a crescer, especialmente com as eleições de 2026 no horizonte.