O Grand Chess Tour (GCT) fez história ao realizar suas finais na América do Sul, e o norte-americano Fabiano Caruana, de 33 anos, saiu consagrado como campeão. A decisão aconteceu na última sexta-feira (3) no WTC de São Paulo, onde Caruana superou o francês Maxime Vachier-Lagrave, de 34 anos. Com essa vitória, o americano faturou US$ 150 mil (cerca de R$ 780 mil) de uma premiação total de US$ 350 mil (R$ 1,9 milhão) que o torneio distribuiu.

A competição contou com etapas preliminares na Polônia, Romênia, Croácia e nos Estados Unidos, e os melhores classificados garantiram vaga para a final em São Paulo. Além de Caruana e Vachier-Lagrave, o torneio teve a participação do indiano Praggnanandhaa Rameshbabu, 5º no ranking mundial, que foi derrotado nas semifinais, e do armênio Levon Aronian, 23º do mundo, que caiu diante do campeão. Caruana ficou impressionado com a presença do público brasileiro, afirmando que nunca viu uma multidão tão grande em eventos de xadrez. Aronian também elogiou a energia da torcida, destacando que a final teve um público ativo e engajado.

Os interessados em acompanhar mais partidas do GCT podem acessar as transmissões online, que registraram cerca de 74 mil espectadores simultâneos. Os ingressos para os eventos paralelos, que incluíram competições para crianças e amadores, esgotaram rapidamente, evidenciando o crescente interesse pelo xadrez no Brasil. Davy D’Israel, fundador da Xeque & Mate, destacou que a popularidade do jogo aumentou, em parte, graças a influenciadores nas redes sociais e à série “O Gambito da Rainha”, que triplicou o número de usuários em aplicativos de xadrez.

Para o futuro, Caruana e outros jogadores esperam que o xadrez no Brasil ganhe mais notoriedade, com a necessidade de ídolos nacionais para inspirar novas gerações. A falta de reconhecimento e apoio aos jogadores brasileiros também foi um tema abordado, especialmente a disparidade de gênero na modalidade.