A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) está criando um clima tenso entre o governo de Lula e o Senado, que é um ponto chave para a governabilidade do presidente. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e alguns senadores preferiam que Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fosse o escolhido. Alcolumbre demonstrou descontentamento logo após a indicação, pois esperava ser avisado por Lula antes da divulgação oficial, o que não aconteceu.
Após a indicação, Alcolumbre anunciou que levará ao plenário um projeto sobre aposentadorias especiais para agentes de saúde, que pode impactar as contas públicas em bilhões. Ele já sinalizou que não vai apoiar a indicação de Messias. Por outro lado, o ministro André Mendonça, que também foi indicado ao STF por Jair Bolsonaro, declarou apoio a Messias, prometendo ajudar nas conversas com os senadores. A relação entre o governo e o Senado é crucial, especialmente para Jaques Wagner (PT), líder do governo e amigo de longa data de Lula, que defende a escolha de Messias.
A tensão aumentou quando Wagner revelou que Alcolumbre havia mostrado preferência por Pacheco em uma conversa com Lula. A preferência de Lula por Messias, embora já conhecida, se tornou mais evidente na última segunda-feira, quando ele comunicou Pacheco sobre sua escolha. Alcolumbre, visivelmente insatisfeito, falou com a imprensa, e senadores próximos a ele indicam que a pressão para apoiar Pacheco continua.
A tramitação da indicação de Messias ao STF requer sua aprovação pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e pelo plenário do Senado, onde são necessários pelo menos 41 votos favoráveis. A votação será secreta e a última vez que um presidente teve sua indicação rejeitada foi no século 19. A situação é delicada e pode evoluir conforme os senadores discutem a indicação nos próximos dias. Para acompanhar as sessões e a tramitação, os cidadãos podem consultar o site oficial do Senado e acompanhar os canais de comunicação da Casa.