O governo de Lula decidiu adiar a sanção do projeto de lei que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5.000 por mês. A ideia é evitar uma cerimônia com pouco público e criar um momento mais impactante para o lançamento no Palácio do Planalto. Essa medida, que já era uma promessa de campanha, é vista como uma forma de melhorar a popularidade do presidente antes das eleições de 2026. Embora ministros e Lula tenham indicado que a sanção poderia ocorrer na semana passada, isso não aconteceu, e o prazo de 15 dias para sancionar a norma termina no dia 27.
A Câmara dos Deputados aprovou o projeto em 1º de outubro, após a aprovação em comissão especial em julho, e o Senado fez o mesmo em 5 de novembro. Auxiliares do presidente afirmam que a intenção é manter o tema em destaque, devido à sua popularidade. A sanção não ocorreu nesta semana, em parte porque Brasília está esvaziada devido à COP30, conferência sobre mudanças climáticas, e ao feriado da Consciência Negra. As sessões da Câmara e do Senado continuam em formato híbrido, permitindo votação à distância, e o presidente tem compromissos fora da capital, como a inauguração de uma ponte no Tocantins e a participação na Cúpula de Líderes do G20 na África do Sul.
Interlocutores de Lula afirmam que uma nova cerimônia está prevista para o dia 26 no Planalto. A sanção é vista como uma chance de trazer a agenda de justiça tributária para o centro do debate, especialmente em um momento em que a imagem do governo enfrenta desafios. Além da isenção, o projeto também propõe um desconto progressivo no Imposto de Renda para quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350 por mês. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deverá percorrer o país para discutir a proposta e a expectativa é que a sanção traga mais visibilidade ao tema, beneficiando milhões de brasileiros.