Na última decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, o general Estevam Theophilo foi inocentado em um julgamento relacionado a uma tentativa de golpe, tornando-se o primeiro militar a escapar de condenação nesse processo. Essa decisão pode ajudar a suavizar a tensão entre o Supremo e os militares, mas a relação ainda está longe de ser harmoniosa. Internamente, há um consenso entre os altos escalões das Forças Armadas sobre o que chamam de ativismo judicial do Supremo, especialmente após a aproximação de parte do estamento militar ao governo anterior.

A entrada dos militares na política durante o governo de Jair Bolsonaro foi vista por muitos como um fracasso, e isso ainda gera repercussões. O atual comandante do Exército, Tomás Ribeiro Paiva, tenta despolitizar a Força, mas isso não significa que todas as opiniões conservadoras foram deixadas de lado. A Constituição proíbe que os militares atuem politicamente, mas isso não impede que generais, almirantes e brigadeiros tenham suas preferências políticas, muitas vezes alinhadas à direita. No caso da trama de 2022, a análise entre os integrantes dos altos comandos varia, mas há um consenso de que as penas aplicadas a alguns deles foram excessivas.

A decisão favorável a Theophilo foi recebida com alívio e surpresa por oficiais-generais, que acreditam que não havia provas suficientes contra ele. Enquanto isso, as pesadas condenações dos manifestantes do dia 8 de janeiro, muitos deles de famílias ligadas aos militares, têm gerado críticas. O ministro Alexandre de Moraes, que tem elogiado as Forças Armadas, continua a dialogar com os militares, o que sugere que o clima pode ser suavizado, mas desafios ainda estão por vir, como a decisão da Justiça Militar sobre a perda de patentes dos oficiais condenados. Para acompanhar as sessões do Supremo e obter mais informações, é possível acessar o site do STF e verificar os canais de denúncia disponíveis.