Nesta terça-feira (18), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), expressou seu descontentamento com a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Alcolumbre preferia que o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fosse o escolhido. Essa preferência de Alcolumbre vem em um momento em que é amplamente sabido que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já havia decidido por Messias, após uma conversa decisiva na noite de segunda (17) com Pacheco, que foi revelada pela colunista Mônica Bergamo.
Durante o dia, Alcolumbre foi perguntado por jornalistas sobre a situação. Na primeira abordagem, ele não se manifestou, mas, na segunda, disse que só comentaria sobre matérias já em tramitação no Senado. Mesmo assim, afirmou que aguardaria a oficialização da indicação de Messias, embora demonstrasse que, se pudesse, faria a própria indicação. A escolha de Messias pode afetar a relação entre Alcolumbre e Lula, já que o senador é um dos principais aliados do governo petista. Além disso, a expectativa de que Pacheco se afaste da política para retomar a carreira de advogado deixou Alcolumbre contrariado, já que eles têm uma longa parceria política.
É importante lembrar que a indicação para o STF precisa ser aprovada pelo Senado, e Alcolumbre já sinalizou que não ajudará Messias a conseguir os 41 votos necessários. A recente votação da recondução de Paulo Gonet como procurador-geral da República, que teve uma margem apertada de 45 votos, foi vista como um recado ao governo sobre a indicação de Messias. Alcolumbre foi fundamental para garantir a aprovação de Gonet, mas não deve agir da mesma forma em relação ao advogado-geral. O ex-ministro Luís Roberto Barroso deixou o STF mais cedo, criando a vaga que agora é alvo de disputas políticas. Para acompanhar o desenrolar dessa situação e demais temas do Senado, os interessados podem acessar o site oficial da Casa e acompanhar as sessões ao vivo.