O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), adiou por pelo menos 15 dias o julgamento de uma ação contra o governador do Acre, Gladson Cameli, programado para acontecer nesta quarta-feira (19). Cameli, que é réu, enfrenta acusações de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O julgamento estava previsto para a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), composta pelos 15 ministros mais antigos. Na sua decisão, Gilmar Mendes pediu que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e a Polícia Federal apresentem os formulários que embasaram a investigação contra o governador.

A defesa de Cameli argumentou no STF que tentou obter essas informações, mas não teve sucesso. Eles afirmam que a falta desses dados dificulta a defesa do governador. Gilmar Mendes ressaltou que a falta de formulários nos autos da ação penal compromete a capacidade da defesa de verificar a origem e finalidade dos relatórios solicitados. O adiamento da ação penal ocorrerá até que os documentos sejam apresentados, permitindo que as partes se manifestem sobre eles.

Gladson Cameli é réu desde o ano passado, sendo acusado pela Procuradoria-Geral da República de ter recebido mais de R$ 6 milhões em propina. Embora a denúncia tenha sido aceita, o STJ negou o pedido para afastá-lo do cargo. Segundo a Procuradoria, as irregularidades atribuídas ao governador causaram prejuízos de quase R$ 11,7 milhões aos cofres públicos, com a contratação da empresa Murano Construções, que recebeu R$ 18 milhões por obras que apresentaram sobrepreços e superfaturamentos.

Para acompanhar o andamento do caso, os interessados podem acessar o site do STF e do STJ, onde são disponibilizados documentos e informações sobre as sessões. Fique atento às atualizações, pois novos prazos e audiências podem ser agendados conforme prossegue a tramitação do processo.