A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Senado, que está apurando os desvios no INSS, cancelou a sessão programada para esta segunda-feira (17) porque os convocados apresentaram atestados médicos e habeas corpus. Jucimar Fonseca da Silva, ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do INSS, alegou problemas de saúde, mesmo após uma avaliação da Junta Médica que indicou que ele poderia comparecer. A Comissão recebeu onze requerimentos, tanto de deputados da situação quanto da oposição, que pediam a presença de Jucimar, visto que ele tinha um papel crucial na análise de convênios com entidades suspeitas de desvios de recursos.
Ao mesmo tempo, o empresário Thiago Schettini também não compareceu, tendo obtido um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça. O ministro argumentou que, como Schettini é considerado investigado, ele poderia optar por não falar para evitar se incriminar. Três requerimentos de deputados da base governista pediam a convocação dele, que é visto como um dos facilitadores do esquema de corrupção no INSS, onde é suspeito de ligação com o empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Todos os envolvidos negam as acusações.
Na semana anterior, a Polícia Federal havia preso Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, em uma operação que investiga descontos indevidos em aposentadorias. Também estão sob investigação o ex-ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira, e pelo menos dois parlamentares, por supostos envolvimentos na cobrança ilegal de mensalidades a milhões de aposentados.
Para acompanhar as próximas sessões da CPMI ou fazer denúncias, o público pode acessar os canais oficiais do Senado. A agenda de votações e as audiências públicas devem ser divulgadas nos próximos dias, enquanto a investigação continua a se desenrolar.