A relação entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), esfriou desde que a PEC da Blindagem foi rejeitada, em um episódio que deixou os aliados preocupados. Apesar de ambos continuarem a se comunicar em eventos e por telefone, a sintonia que havia no início do mandato, em 1º de fevereiro, já não é a mesma. A queda na harmonia política tem causado atrasos em propostas que já foram aprovadas por uma das Casas, conforme apontam alguns congressistas. Essa situação pode enfraquecer o Congresso em relação a outros Poderes, já que um conflito entre deputados e senadores tende a minar o Legislativo.
A PEC da Blindagem, que visava proteger deputados e senadores de inquéritos sem autorização do Congresso, gerou descontentamento entre os líderes da Câmara. Com a rejeição, alguns deputados cogitam retaliar o Senado, como travar projetos de interesse dos senadores ou rejeitar alterações feitas pelo Senado em propostas que voltarem à Câmara, como a segunda etapa da regulamentação da reforma tributária. A insatisfação com a mudança no regimento da Câmara, que deu prioridade a projetos de deputados sobre os já aprovados pelo Senado, também é um ponto de tensão. Essa alteração pode influenciar significativamente a tramitação de leis.
Para quem deseja acompanhar o andamento das sessões ou os projetos em discussão, é possível acessar os sites oficiais da Câmara e do Senado, onde também estão disponíveis canais de denúncia e informações sobre como participar das audiências públicas. A situação atual marca uma mudança em relação ao início do mandato, quando ambos atuavam de forma mais colaborativa. Agora, cada Casa parece seguir sua própria agenda, o que poderá resultar em novos embates nos próximos meses.