Paulo Gonet enfrentou dificuldades para garantir sua recondução à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) na quarta-feira, 12, no Senado. A votação foi apertada, com a menor margem de apoio desde a redemocratização. Para conseguir os votos necessários, houve uma mobilização intensa, que incluiu a defesa de Gonet durante sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e um aceno à oposição no plenário. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foi um dos principais articuladores para assegurar a aprovação.
A atuação de Gonet no caso que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão gerou divisões. A maior parte da oposição não apoiou sua recondução, mas ele ainda conta com a simpatia de muitos senadores. A insatisfação com a possível indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF) também influenciou o cenário, já que muitos senadores preferem Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o cargo.
Durante a sabatina, Gonet foi criticado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que o acusou de não defender adequadamente o Ministério Público. Essa tensão foi observada por outros senadores, que perceberam o nervosismo de Gonet. A votação no plenário estava prevista logo após a sabatina, e o procurador precisava de pelo menos 41 votos. Alcolumbre trabalhou para garantir que a votação contasse com 71 senadores, e a deliberação foi marcada por negociações intensas nos bastidores.
Para acompanhar as sessões do Senado e ficar por dentro de outras deliberações, os cidadãos podem acessar o site oficial do Senado, onde estão disponíveis documentos e informações sobre os trâmites. Com a recondução de Gonet aprovada por 45 votos a favor e 26 contra, os próximos passos incluem a pressão sobre o governo para reconsiderar a indicação de Messias e possíveis audiências públicas sobre outras nomeações.