O Nordeste brasileiro está se destacando na criação de trilhas de longo curso, com um total de 49 trechos oficialmente cadastrados em nove estados, somando mais de 1.200 quilômetros de percursos mapeados. Essas trilhas conectam os biomas da caatinga e do cerrado, oferecendo uma estrutura completa para os visitantes. Hugo de Castro, diretor da Rede Brasileira de Trilhas, comenta que essa expansão é fundamental para a conservação e o desenvolvimento regional. A primeira trilha a integrar a Rede foi o Caminho dos Cânions do Rio São Francisco, em 2018, e desde então, várias comunidades perceberam o potencial de criar percursos para caminhantes, ciclistas e cavaleiros.
Entre as trilhas mais conhecidas da região, estão o Caminho das Ararunas, na Paraíba, que possui 110 quilômetros e liga Araruna a Cuité, passando por áreas como o Parque Estadual da Pedra da Boca. De acordo com Castro, essa trilha é um exemplo de gestão comunitária e sinalização padronizada, servindo de modelo para outras iniciativas. Já o Caminho da Ibiapaba, que une Piauí e Ceará, com 130 quilômetros, resgata antigas rotas de tropeiros, enquanto o Caminho dos Cânions do Rio São Francisco, com 60 quilômetros, é considerado uma das experiências mais emblemáticas do Nordeste.
Para quem quer se aventurar, as próximas trilhas podem ser exploradas através de eventos e congressos que estão sendo realizados, como o 1º Congresso Paraibano de Trilhas e o 1º Seminário Nordestino de Trilhas. Além disso, um congresso panamericano está previsto para o próximo ano em Foz do Iguaçu. Essas iniciativas buscam não só promover as trilhas, mas também garantir a segurança e a sinalização correta dos percursos. Assim, os caminhantes e ciclistas têm a oportunidade de explorar a riqueza natural e cultural do Nordeste, unindo aventura e preservação.