Na quarta-feira, 12 de outubro, a Polícia Federal (PF) lançou a Operação Nêmesis para investigar possíveis tentativas de atrapalhar a apuração de um esquema criminoso relacionado ao desvio de recursos destinados à Covid-19 e emendas parlamentares para a entrega de cestas básicas. A operação inclui 24 mandados de busca e apreensão, autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Palmas e Santa Tereza do Tocantins. Entre os alvos está o governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa, do partido Republicanos, que é suspeito de envolvimento no esquema. Embora a PF tenha solicitado sua prisão, o pedido foi negado pelo STJ.
As investigações começaram na segunda fase da Operação Fames-19, em setembro, quando a PF descobriu que alguns dos investigados utilizavam cargos e veículos oficiais para retirar e transportar documentos que poderiam comprometer o grupo. Segundo a PF, essa ação teria dificultado a continuidade das investigações que ainda estão em andamento. O órgão afirmou que os objetivos da operação são interromper práticas criminosas que buscam destruir ou ocultar provas e reunir mais informações sobre a participação dos suspeitos, assim como de outros indivíduos ainda não identificados.
A PF revelou que o governo do Tocantins estava operando como um “balcão de negócios”, com membros próximos ao governador se exibindo com maços de dinheiro e discutindo maneiras de encobrir entregas fraudulentas. Durante as apurações, foi identificado um pagamento de R$ 550 mil em propina a Wanderlei, relacionado a um contrato para fornecimento de frangos congelados, que nunca foi cumprido. A defesa de Wanderlei não se pronunciou sobre as acusações, mas ele já havia negado qualquer envolvimento no caso.
Para acompanhar o andamento da operação e as investigações, os cidadãos podem acessar informações através do site da Polícia Federal e dos canais oficiais do governo. O próximo passo envolve a tramitação das investigações, que podem incluir audiências públicas e a fiscalização de órgãos competentes.