Na última quinta-feira (23), o delegado Marcelo Palhares, responsável pelo 36º Distrito Policial em Vila Mariana, se manifestou sobre a história do local, que foi o antigo DOI-Codi e um dos principais centros de tortura durante a ditadura. Na conversa com a Folha, Palhares ressaltou que não compactua com violência ou tortura, afirmando que seu foco é o trabalho policial, não a história. Ele comentou sobre a importância da Polícia Civil de São Paulo, destacando sua estrutura e tecnologia, e defendeu que a violência só deve ser usada em resposta a ações criminosas.
O delegado também comentou sobre a proposta do Ministério Público de transformar parte do complexo em um memorial, enquanto a delegacia continuaria a funcionar. Segundo Palhares, a presença de pesquisadores de direitos humanos no local não gera conflitos, e a convivência tem sido respeitosa. Ele enfatizou que a delegacia é um espaço que serve à população e que “pessoas de bem” valorizam a presença policial. Ele fez questão de mostrar uma xícara com a logomarca do Núcleo Memória, que coordena visitas educativas ao ex-DOI-Codi, como um sinal de boa relação entre as partes.
O 36º DP passou por reformas e agora não conta mais com carceragens, mudando sua imagem em relação ao passado. Palhares afirmou que o clima no local é diferente do que se vê em novelas e que a atmosfera melhorou bastante, sem os problemas que existiam antes. Para quem quer acompanhar as atividades da delegacia ou entender mais sobre o processo de transformação do complexo, informações estão disponíveis nos canais oficiais da Polícia Civil e do Ministério Público. Os próximos passos incluem discussões sobre a implementação do memorial e a manutenção da delegacia no local.