Na última quinta-feira (23), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), completou cem dias sem responder sobre as alegações de funcionárias fantasmas em seu gabinete. Nos últimos dias, a Folha tentou contato direto com Motta em eventos da Câmara, mas ele não se manifestou. Além disso, dez perguntas foram enviadas à sua assessoria, sem resposta. Todos os líderes de partidos, exceto o PSOL, também não comentaram o caso, que envolve um dos cargos mais importantes do país na linha sucessória da presidência.
Em julho, a Folha revelou que três funcionárias no gabinete de Motta tinham rotinas incompatíveis com suas funções. Após a reportagem, Motta demitiu duas delas, mas manteve Louise Lacerda, que é filha de um ex-vereador e tem laços políticos na Paraíba. Recentemente, foi divulgado que Louise acumulava três empregos, incluindo o de secretária parlamentar e duas funções médicas. Ela foi exonerada após novos questionamentos da Folha. Também foi descoberto que Motta mantém um caseiro em seu gabinete, algo que levanta questões sobre a legalidade de sua contratação.
Os deputados têm um orçamento de R$ 133 mil por mês para contratar secretários parlamentares, que devem trabalhar exclusivamente para as atividades do Legislativo, de acordo com as normas da Câmara. O caso de Motta lembra situações anteriores envolvendo outras figuras políticas e levantou preocupações sobre a transparência e a eficiência na gestão pública.
Para quem deseja acompanhar o desenrolar dessa situação, as sessões da Câmara podem ser vistas online e há canais de denúncia disponíveis. A tramitação do caso pode incluir audiências públicas e fiscalização por parte de órgãos competentes, mas ainda não há uma agenda definida para votações.