No último domingo (19), um episódio lamentável marcou o futebol de base em Guaratinguetá, São Paulo. Durante uma partida do Campeonato Paulista sub-12, um menino de 12 anos, atleta do Manthiqueira, foi alvo de ofensas racistas na arquibancada. A mãe de um jogador rival disparou a frase “preto filho da p… sem família”, o que levou o árbitro Guilherme Drbochlaw a interromper o jogo e acionar o protocolo antirracismo. Uma mulher de 41 anos foi identificada e presa, e a situação gerou repercussão internacional, com declarações do presidente da FIFA, Gianni Infantino, que se disse “enojado”.
A mãe do garoto, que não quis se identificar, comentou sobre o impacto emocional que o ocorrido teve no filho. “Às vezes o pego chorando. Ele tenta mostrar força, mas noto que está sofrendo”, revelou, acrescentando que ele não quer mais ir aos treinos. Segundo ela, as ofensas não são novidades, já que pais de outros jogadores vinham reclamando da presença do menino no time, que foi indicado por um antigo treinador. A criança também joga futsal no Corinthians, mas enfrenta um clima difícil, com constantes insultos e hostilidade.
Além disso, a mãe planeja buscar acompanhamento psicológico para o filho, pois a situação afetou sua autoestima. O técnico do Manthiqueira, Dado de Oliveira, se reuniu com o departamento jurídico da Federação Paulista de Futebol para discutir o caso, mas ainda não há medidas formais. O Corinthians, onde o menino joga futsal, não se manifestou sobre o ocorrido. Enquanto isso, a família busca focar na recuperação emocional do adolescente, que ainda sonha em continuar no esporte.