Uma pesquisa realizada pelo ConnectLab, em parceria com a FGV, revelou que tanto petistas quanto bolsonaristas confiam em seus grupos políticos quase tanto quanto confiam em suas próprias famílias. De acordo com os dados, os bolsonaristas pontuaram 8,3 em confiança familiar, enquanto os petistas chegaram a 7,5. Quando se trata de confiar em seus grupos políticos, os números são um pouco menores: 7,8 e 7,3, respectivamente. Em comparação, a confiança em pessoas de modo geral caiu para 4,5 para ambos os grupos. Já a desconfiança em relação ao grupo oposto é bem acentuada, com a média de bolsonaristas confiando em petistas apenas 0,8, e vice-versa, com petistas dando a nota de 1.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre 13 e 17 de agosto de 2025, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais. Nara Pavão, professora da UFPE e parte do grupo que conduziu o estudo, afirma que essa tendência de confiar mais nos próprios grupos do que em desconhecidos revela a força das divisões políticas no Brasil. Felipe Nunes, diretor da Quaest, complementa que tanto petistas quanto bolsonaristas se veem como mais evoluídos que o grupo oposto, utilizando uma escala de evolução humana. Os petistas se avaliaram com média de 8,2, enquanto deram 2,4 para os bolsonaristas. Os bolsonaristas se classificaram em 8,5, atribuindo 2,5 aos petistas.
O estudo também indicou que a polarização política afeta relações cotidianas, como a escolha de escolas e até a preferência por mercados, dependendo da orientação política dos proprietários. A pesquisa pretende ser repetida anualmente para acompanhar a evolução da polarização e a percepção da população sobre as relações interpessoais e políticas. Para acompanhar mais sobre o tema, é possível acessar os dados e documentos no site da FGV e do ConnectLab.