Integrantes do partido Novo no Rio de Janeiro estão pedindo esclarecimentos à executiva estadual sobre alegações de desvio de recursos do fundo eleitoral nas eleições municipais de 2024. O pedido surge em meio a uma crítica mais ampla ao financiamento público eleitoral, especialmente após a legenda ter repassado R$ 37,1 milhões de sua parte do fundão para os candidatos, o que marca uma mudança em sua diretriz interna.
As discussões sobre a distribuição do dinheiro eleitoral ganharam força, principalmente em relação aos recursos destinados a candidaturas de mulheres e pessoas negras. Na capital, o partido direcionou R$ 109 mil para a candidatura de Débora Pontes a vereadora, que, apesar de ter recebido um valor considerável, obteve apenas 618 votos. Em comparação, Pedro Duarte, que já era vereador e foi reeleito com 15.404 votos, recebeu R$ 34 mil a menos. Uma gravação de uma reunião do partido revelou preocupações sobre a distribuição desigual dos recursos, com o então presidente do Novo carioca, Bruno Mega, defendendo a situação.
O diretório estadual do Novo negou qualquer irregularidade e afirmou que as prestações de contas foram aprovadas pela Justiça. Em nota, o partido destacou que a alocação dos recursos seguiu a legislação, e cada diretório estadual tem liberdade para definir os valores com base em critérios como potencial eleitoral e currículo dos candidatos. Além disso, a empresa responsável por parte das despesas de Débora Pontes emitiu notas fiscais que detalham serviços de divulgação, mas não constava na prestação de contas de outra candidata do partido.
A situação gerou uma representação na comissão de ética do Novo, que está analisando o caso. O Ministério Público do Rio de Janeiro também recebeu a denúncia, mas afirmou que não encontrou evidências suficientes para comprovar as alegações. As contas eleitorais do diretório municipal do Novo ainda estão em análise, e o processo continua em andamento. Para quem deseja acompanhar mais sobre essas questões, é possível acessar as sessões e documentos relacionados pela página oficial do partido ou pelos canais de denúncia disponíveis na Justiça Eleitoral.