Recentemente, um estudo do cientista político Alberto Carlos Almeida revelou mudanças significativas nas opiniões e valores dos brasileiros nas últimas duas décadas. A pesquisa foi replicada em 2022, um ano após a derrota do PSDB nas eleições presidenciais, e os resultados foram publicados no livro “A cabeça dos brasileiros, vinte anos depois: o que mudou”. O trabalho inclui capítulos escritos por colaboradores e aborda temas como religião, política, relações de gênero e segurança pública.
Os dados mostram que a religião continua sendo uma parte central da vida de muitos brasileiros, com quase todos afirmando que Deus guia seus passos. No entanto, a pesquisa indica uma diminuição no número de pessoas que se consideram centristas, caindo de 39% para 28%. Em contrapartida, os que se identificam como esquerdistas aumentaram para 29% e os direitistas foram para 43%. Apesar dessa polarização, as diferenças entre esses grupos em questões fundamentais são pequenas, com todos valorizando a responsabilidade do Estado em fornecer serviços públicos e regular a economia.
Além disso, a pesquisa revela que os brasileiros se tornaram mais punitivistas em relação à segurança pública, mas também mostraram avanços na redução do preconceito racial e da discriminação. Questões como liberdade sexual e direito ao aborto, no entanto, geraram divisões mais acentuadas entre a esquerda e a direita. O estudo sugere que a radicalização política observada nos últimos anos não reflete uma mudança nas atitudes da população, mas sim uma estratégia promovida por líderes de extrema-direita.
Para quem deseja se aprofundar no tema, o livro de Almeida está disponível para consulta, e as discussões sobre essas questões podem ser acompanhadas em sessões públicas e canais de comunicação oficiais.