Na próxima segunda-feira, dia 29, o ministro Edson Fachin vai assumir a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal) e, com isso, vai deixar a relatoria de mais de cem processos relacionados à Operação Lava Jato. Essa mudança marca o fim de sua atuação à frente de uma das mais importantes investigações que envolveu políticos e empresários nos últimos anos. Fachin assumiu a relatoria da Lava Jato em fevereiro de 2017, após a morte do ministro Teori Zavascki, que era o responsável pelos casos.

Os processos que ficam em sua responsabilidade incluem petições do ex-senador Delcídio do Amaral sobre troca de serviços por multas, além de questões relacionadas ao doleiro Alberto Youssef e ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A cerimônia de posse de Fachin contará com a presença de autoridades dos Três Poderes e representantes da sociedade civil. Ele ficará à frente do STF até setembro de 2027, com Alexandre de Moraes como vice-presidente.

Durante sua gestão, Fachin teve um papel importante na Lava Jato, alinhando-se em muitos momentos ao Ministério Público e ao ex-juiz Sérgio Moro. No entanto, sua trajetória não foi isenta de críticas, especialmente entre petistas, por decisões que afetaram Lula. Em 2021, Fachin surpreendeu ao anular as condenações de Lula, alegando que a Justiça de Curitiba não tinha competência para julgar o caso. Isso foi um ponto de virada, pois a decisão gerou uma série de reveses para a Lava Jato nos anos seguintes.

Para quem quiser acompanhar as sessões do STF ou ter acesso a documentos, é possível acessar o site oficial do tribunal ou acompanhar os canais de comunicação da corte. Agora, com a nova presidência, Fachin vai se concentrar em processos trabalhistas, incluindo questões sobre a relação entre motoristas e aplicativos de transporte, além de temas relevantes para povos indígenas e direitos das mulheres.