A indicação de Wagner Rosário, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) tem gerado polêmica e dificuldades para o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em meio a discussões sobre anistia a Bolsonaro. Rosário, atual controlador-geral do estado, foi alvo de críticas de deputados do PT e do PSOL por sua participação em uma reunião em julho de 2022, onde Bolsonaro teria orientado ministros a desacreditar as urnas eletrônicas, tema que está sendo discutido no Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, Rosário defendeu a criação de uma força-tarefa para auditar as urnas e questionou se a reunião estava sendo gravada.
A aprovação de conselheiros do TCE requer o voto de 48 dos 94 deputados da Alesp. Em indicações anteriores durante o governo Tarcísio, os conselheiros foram aprovados no mesmo dia da sabatina, mas a votação de Rosário foi adiada pela oposição, que apresentou cinco requerimentos para postergar a votação. Durante a sabatina na terça-feira (2), ele enfrentou questionamentos duros sobre sua participação na reunião e sobre a falta de investigação de um esquema de manipulação de créditos de ICMS em São Paulo. Apesar de sua proximidade com Tarcísio, a indicação foi considerada inoportuna por alguns deputados, especialmente devido ao julgamento de Bolsonaro no STF.
Os interessados em acompanhar o processo podem acessar as sessões da Alesp, que estão disponíveis em seu site oficial. A fase de discussão dos nomes deve terminar na próxima segunda-feira (9), mas a votação pode ser adiada por até duas semanas, já que vários deputados da base estarão em viagem. Vale lembrar que a cadeira no TCE é estratégica, já que o conselheiro é responsável por julgar as contas do governo e dos municípios, exceto da capital, e oferece benefícios como um salário de R$ 44 mil e a manutenção do cargo até os 75 anos.